Atualização dos termos e condições do uso de iFood para quem entrega: veja o que mudou
Toda relação entre o iFood e as pessoas entregadoras é regida por um documento essencial: os Termos e Condições de Uso. É ali que estão definidos os direitos, os deveres, as responsabilidades e os princípios que sustentam a parceria entre as partes.
Essas cláusulas funcionam como o alicerce de um ecossistema de entregas mais justo, transparente e seguro, algo crucial em um ambiente que conecta milhões de usuários, restaurantes e entregadores.
Recentemente, o iFood atualizou esse documento com três novas cláusulas centrais, que reforçam compromissos importantes com quem faz parte da base da operação: os entregadores.
As mudanças tratam de liberdades sindicais, comunicação ética e combate à fraude. Cada uma delas reflete não apenas ajustes legais, mas também uma evolução no modo como o iFood reconhece a importância de quem está nas ruas, todos os dias.
A seguir, entenda o que mudou e por que essas atualizações importam.
Atualização dos termos e condições: veja as mudanças
Confira as principais mudanças.
1. Compromissos do iFood com as pessoas entregadoras

A primeira mudança é, sem dúvida, uma das mais simbólicas. O iFood reforçou, de forma explícita, o respeito ao direito de greve, à liberdade de expressão, à liberdade de associação e à negociação coletiva.
Na prática, isso significa que nenhuma pessoa entregadora poderá sofrer qualquer tipo de retaliação por participar de manifestações, paralisações ou movimentos sindicais.
A empresa também assegura que não haverá interferência na organização desses grupos e que o score ou o volume de pedidos não será afetado por causa de envolvimento político ou sindical.
Esse ponto é crucial. Por muito tempo, motoristas e entregadores de aplicativos temeram que participar de greves ou protestos pudesse gerar penalizações veladas, como redução na oferta de entregas. Com a nova cláusula, o iFood assume o compromisso público de respeitar esses direitos, o que representa um avanço significativo no reconhecimento da categoria.
Além disso, o texto deixa claro que o entregador não será onerado por períodos de inatividade dedicados ao exercício desses direitos. Essa garantia reafirma que a empresa compreende a importância da atuação coletiva como parte legítima do processo democrático e da busca por melhores condições de trabalho.
Em um cenário em que o diálogo entre plataformas e trabalhadores se torna cada vez mais necessário, essa cláusula reforça o compromisso do iFood com práticas mais éticas e transparentes.
2. Comunicação ética: juntos por um ecossistema confiável
A segunda atualização introduz uma diretriz sobre comunicação ética, um tema que reflete diretamente o comportamento digital das pessoas entregadoras.
Vivemos em uma era em que a informação circula com rapidez e, ao mesmo tempo, a desinformação encontra terreno fértil. Nesse contexto, o iFood destaca a importância de manter a verdade como base de todas as interações.
O texto orienta que apenas informações verificadas e relevantes devem ser compartilhadas, evitando rumores, distorções ou conteúdos não confirmados. Isso vale especialmente para redes sociais, grupos de mensagens e interações públicas.
A ideia é simples, mas poderosa: proteger a reputação coletiva de todo o ecossistema (entregadores, clientes, restaurantes e a própria plataforma).
O documento também reforça que nenhum entregador pode falar em nome do iFood, a menos que exista um contrato formal e autorização prévia. Isso impede interpretações equivocadas e evita que opiniões pessoais sejam confundidas com posicionamentos oficiais.
Outro ponto relevante é a proibição de discursos de ódio, intolerância e ataques pessoais, tanto em espaços físicos quanto digitais. O respeito à diversidade de pensamento e expressão passa a ser um pilar explícito da conduta esperada no relacionamento entre todos os agentes envolvidos.
Além das orientações, o iFood reforça que é responsabilidade do entregador denunciar conteúdos suspeitos ou desinformativos por meio do Canal de Integridade. Essa postura de corresponsabilidade busca criar uma cultura de cuidado coletivo: cada ação individual contribui para a construção de um ambiente mais confiável.
Essa cláusula vai além de uma formalidade jurídica. Ela traduz uma mudança cultural. O iFood reconhece que o diálogo digital faz parte do cotidiano das entregas e, ao orientar sobre o uso ético da informação, estimula um comportamento mais consciente e responsável.
Um ecossistema saudável depende de comunicação clara, acessível e respeitosa. Quando todos compartilham informações verdadeiras, o impacto é direto: a confiança aumenta, a reputação se fortalece e a inovação se sustenta em bases sólidas.
3. Combate à fraude: tolerância zero para irregularidades
A terceira atualização aborda um tema sensível, mas indispensável: o combate à fraude. O iFood declara expressamente que não tolera práticas fraudulentas de qualquer natureza, especialmente aquelas relacionadas a cadastro, identidade, ganhos, cancelamentos ou integridade dos aplicativos.
Na prática, isso significa que a empresa poderá bloquear ou desativar contas que cometam infrações, além de comunicar autoridades competentes quando necessário.
Essa medida tem um objetivo direto: proteger a plataforma, os usuários e as próprias pessoas entregadoras honestas que dependem desse trabalho.
Isso surge porque as fraudes digitais são uma realidade crescente no setor.
Há casos de falsificação de documentos, uso indevido de contas, manipulação de entregas e até esquemas de ganhos indevidos. Essas práticas comprometem a credibilidade do sistema, prejudicam quem atua de forma correta e afetam a segurança de todos os envolvidos.
Ao estabelecer uma política mais rigorosa, o iFood envia uma mensagem clara: a integridade é inegociável. Essa cláusula não busca punir, mas proteger.
Com o reforço dos critérios de transparência, a empresa busca equilibrar o relacionamento e garantir que cada entrega aconteça dentro das regras, sem brechas para irregularidades.
Além disso, o combate à fraude também tem um efeito indireto positivo: ele contribui para a valorização da categoria. Quando há segurança e confiabilidade no sistema, cresce o reconhecimento do papel do entregador e a confiança do consumidor nas entregas.
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Por que essas mudanças são importantes

As três atualizações refletem uma evolução na forma como o iFood entende sua responsabilidade social e operacional.
Cada cláusula toca em um ponto sensível: o direito de organização, a ética na comunicação e a integridade nas relações. Juntas, elas formam uma base sólida para um ecossistema mais equilibrado.
Em termos práticos, essas mudanças aumentam a transparência das relações.
O entregador sabe com clareza o que é esperado de sua conduta, quais são seus direitos e quais consequências podem surgir em casos de violação. Essa previsibilidade jurídica reduz conflitos e fortalece a confiança entre as partes.
Mas há um aspecto mais amplo. O iFood é uma das maiores plataformas de delivery da América Latina, e suas decisões têm efeito simbólico em todo o setor.
Ao atualizar seus Termos e Condições, a empresa sinaliza uma postura de escuta ativa, reconhecendo demandas históricas da categoria e promovendo ajustes que refletem um diálogo mais maduro.
Afinal, garantir que cada entrega aconteça com respeito, ética e transparência é um passo essencial para sustentar o crescimento da plataforma e proteger quem faz parte dela.
FAQ – Perguntas Frequentes
Essas mudanças valem para todos os entregadores do iFood?
Sim. As atualizações dos Termos e Condições se aplicam a todas as pessoas entregadoras cadastradas na plataforma, independentemente da cidade ou modalidade de entrega.
Participar de uma paralisação pode afetar meu score ou número de pedidos?
Não. O novo texto garante que nenhum entregador sofrerá penalidade, redução de pedidos ou impacto no score por exercer seus direitos de greve, manifestação ou associação.
O que acontece se alguém for pego cometendo fraude na plataforma?
A conta pode ser bloqueada ou desativada imediatamente, e o caso pode ser encaminhado às autoridades competentes. O iFood adota tolerância zero contra qualquer tipo de fraude.
Johnny Borges é diretor de Impacto Social no iFood e fundador da Rua Consultoria. Advogado com MBA Executivo pela FGV, atuou por mais de 20 anos em impacto social, políticas públicas e fortalecimento comunitário. Tem passagens por ONGs, governo e empresas como Grow Mobility e Instituto Criar, com foco em juventude, educação e desenvolvimento local.